SANDALIAS ESPIRITUAIS DA HUMILDADE

Hoje quero falar sobre uma característica igualmente fundamental para o cristão, filho e servo de Deus – a humildade! Esforce-se para perceber que, espiritualmente, um aprendizado se soma, se mistura e se complementa ao outro! Em outras palavras, dependência, fidelidade, temor, humildade e outras coisas caminham lado a lado! (Temas que tenho abordado nos últimos artigos/mensagens).

Estou convicto que a falta de temor em conjunto com o orgulho e a soberba (o antônimo de humildade) são três de alguns dos piores males que entraram e passaram a dominar o ser humano. Certamente esses três são a “porta” para todos os outros pecados!

“A soberba precede a ruína, e a altivez de espirito precede a queda” (Provérbios 16:18,19) 

“A soberba do homem o abaterá, mas, a honra sustentará o humilde de espirito” (Provérbios 29:23)

Muitos permanecem em estado de orgulho e soberba simplesmente por, ainda, não terem chegado o tempo de sua ruína e de sua queda! Mas, inevitavelmente, um dia, ela vira se a pessoa permanecer neste estado.

Vencer o orgulho e a soberba, porém, não é tarefa tão fácil ou simples assim; pelo contrário, são algumas das coisas mais difíceis que se há. É como uma rocha de pederneira difícil de perfurar ou quebrar! Mas, essa é uma tarefa URGENTE do Senhor o Espirito Santo! Entretanto, devido a dureza do coração humano, na maioria das vezes, não é um tratar “leve”, “lindo” ou “simples”! 

A história do povo de Israel, nas palavras de Moisés em Deuteronômio, nos serve de exemplo (1 Co 10).

O Senhor “lamenta” a Moisés que o seu povo não tivesse “um coração que me temessem, e guardassem os meus mandamentos todos os dias, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre” (Dt 5:28,29).  Infelizmente, quase nunca foi assim! 

Vale ressaltar que o livro de Deuteronômio é uma repetição da lei e da história desse povo nos 40 anos que passaram rodeando no deserto. Toda a geração que saiu do Egito havia perecido no deserto (exceto Josué e Calebe), e toda uma nova geração estava preste a conquistar a “Terra prometida”; portanto, era necessário rememorar os preceitos, acontecimentos, a história, os milagres, as revelações de quem o Senhor é! (veja o capítulo 1).

Mas, para fins dessa reflexão foquemos apenas do capítulo 8. E nele, Moisés faz um apelo ao povo para guardarem os mandamentos que fora ordenado pelo Senhor e para que se lembrassem de todos os passos no deserto, de como o Senhor, apesar de os terem conduzidos ao deserto, cuidou, preparou e supriu todas as coisas. É interessante que Moisés, na sequencia, explica a razão pela qual o Senhor não apenas permitiu as grandes dificuldades, como, de fato, Ele os conduziu para ela. – Para aprenderem humildade, dependência, paciência, fidelidade, para conhecerem ao Senhor, e ao final serem exaltados! Mas, era necessário suportarem o processo!

Aprendendo tais virtudes e conhecendo ao Senhor, o povo, não cairia nas armadilhas e tentações que sempre estão diante daqueles que se esforçam para permanecerem no “bom caminho” (porta e caminho estreito). 

Por isso, era necessário lembrarem-se de tudo ao longo do caminho!

Ao ler a advertência no final do capítulo 8 confesso me entristeci. Minha maior tristeza não é ver como Israel errou, falhou e fez o que fez, da forma como fez; mas, que nós, o povo de Deus, hoje, fazemos e nos comportamos do mesmo jeito!

Nós, atualmente, temos o mesmo potencial de coração duro e mente cauterizada que o povo do passado, caso não vigiemos, tomemos o exemplo e hajamos diferente! Precisamos aprender a lição, precisamos URGENTEMENTE reconhecer e calçar as sandálias espirituais da humildade!

“Semelhante vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas, dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1 Pedro 5:5,6 / 1 Samuel 2:1-8).

– Você nunca vai valorizar o que o Deus ou os outros fazem sem antes ser forjado na dificuldade 

– Nunca vai entender o valor de uma exaltação sem antes ter sido humilhado!

– Nunca vai compreender o valor da vitória, sem antes ter sido derrotado!

– Nunca vai perceber o que é a grandeza sem antes aprender a ser fiel no pouco!

Para finalizar, a seguir o exemplo do maior de todos os exemplos – Nosso Senhor Jesus que, foi o único que teoricamente teria moral para se orgulhar; TODAVIA, não o fez, muito pelo contrario.

“Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou”. (João 13:12-16)

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome…” (Filipenses 2:3-9)

Esteja certo disso: “Os humildes ou humilhados, um dia, serão exaltados” (Lucas 18:14)